(foto: carlos silva)
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a sagração da primavera
interior
lanternas de fósforo na
costela de ogum:
esburacadas pálpebras.
cáustica meditação.
meus cílios de atanor em
ave-espelho!
direis, pleroma, lego de lua
em prisma?
porém, eis a boca das crateras,
em argumentações de pirineus.
são azuis dentro de verdes.
apeteces? céu filtrado de floresta!
sim, fogo. fátuo. cobalto de
ferreiro. meu focinho de dragão.
um horto de oliveiras, na
tentação da fortaleza. sofro de muralhas.
extingues? com pés de gueixa
e dança de jack-o'-lantern!
sondas, que há mais no
terreno do corpo, a tenda-pira:
patas, cópulas, glândulas de
velhos alquimistas.
e a sibila-entidade, soprada
por garotos parafínicos,
cremando seu nome em
grimórios de celofane.
(não sabem que o chamam).
são quatro estrelas nos
cardeais da rosa, persas oscilatórios.
conseguirás sustentar o peso
planetário deste balé massivo?
abrasas. ele te vestirá a
máscara. não há artifícios.
pêlos florais. arde-nos.
andréia carvalho gavita