9 de fevereiro de 2012

nas aresias dos painéis

(foto: carlos silva)

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nas aresias dos painéis


as intermitências dos lugares clarificam as obtusas escarpadas nos céus auspiciados dos miolos- uma espécie de licor corporiza os meandros nas lascas das miscigenadas alucinações do diurno espasmo da vivência - soerguem-se os pioneiros no mundo esquecido, no suspense das bruxarias, os quartos vicejam um cardume de pianos no quintal despido- nas letras das rosas- corais de desentendimento farejados nos acordes do magma silencioso- uma delícia- nadam os esgotos nas franjas do esporão dos anjos, realizam-se solicitudes entre as panelas do paraíso e no oceano das lanternas mortas durante as libélulas dos sorrisos - muitos dias tardam e remetem para os sussurros das mentiras servidas apressadamente nos cafés da insónia - talvez acredite que não te conheço - velam-se os domínios esotéricos das hipóteses estendidas nos hangares da flutuação estonteante da adrenalina - talvez acredite mesmo que não te conheço - migrações frustradas no diapasão dos eflúvios - tão perto de ti - com tampores estrebuchando nos mortos alocados - nado à volta, nas arestas dos painéis, nado à volta, na distância do meu caminho e quando falo com as pestanas doridas do entrudo, atravesso os pinhais intermitentes dos lugares clarificados nos oceanos obtusos dos ceús escarpados - nos miolos -

Carlos Vinagre

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