***
a teia
fina e
tenebrante
a luz,
é com as
mãos que prendo
vasta, a
guardadora de tempo
no teu
útero,
− a
teia.
de braços
separados
de um
corpo
tece
mecânica e imprecisas as horas
neptunos
e
halo, findo
e esparso
de um
tempo, a memória
no corpo
desmembrado que tece, fina
a
duração das horas,
submersão
e chuva
ah,
inquieta e devassa,
perscrutante,
a aranha
cose e
cospe
matéria
interior do teu corpo
no útero-
-devassidão,
esquinas
de um tempo
na
humidade ligeira
sal e o
mar da areia −
− poeira
aranha e
precipício.
alagadiços,
a meia
luz, os tempos,
Vasta, a
luz
que se
entorpece
na
ravina,
cose e
cospe,
água e
pó, fogo e vidro
celulares,
átomos e perecíveis
de seda
a
vegetação dos astros
no
microscópico labor da boca seca ao útero
fiandeira,
palavras
de poesia
e
rainha,
é com os
olhos que cavo
hoje
funda, a
precipitação dos meus líquidos
nos teus
de cada
dia −
− a
chuva,
nos dais
hoje,
no teu
útero,
e
malabarismo
de pernas e patas,
predadora
a nua e
dureza
matéria
de fotografia
animal,
aranha e
mulher,
explosiva
e exposta
na
sobrevivência
de luz
de cristal decantado
espiral
e labirinto,
e agora
morres,
teia de
pó e ternura
aranha
de todos
os tempos
trama
poeira e
poesia.
***
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