6 de janeiro de 2012

Avisa, Natural de Avis

foto: carlos silva

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Avisa, Natural de Avis


Não aspirjam de cerejas a neve como se vivêssemos um natal razoável. Deixem o branco esplêndido com os seus esqueletos castanhos.

Assoma Eco o laboratório onde se investiga o marcador genético da psique. Mirando, em Praga, a cloaca da consciência, Eco compreende o seu rosto.
Em chegadas perseguintes, está inebriada quando arroja coisos ao desperdício, arraiolos que lavam a espuma. Os molhes onde está inscrita ponderam nanoplaquetas de mercúrio invisível. O tempo: uma dourada matinal no camarote endócrino.

A divindade muezzina-lhe o corpo: volta a obedecer, silencia as hormonas, retoma o incessante mito aparelhado. Aflita como uma catedral engolida, compôe uma partitícula sacrificial. Porém daí se levanta uma onda acústica suiçando o monoteico curso em que lhe é exigido irradiar.

A balsa de Minos não é ternária. A contemplação deriva do éter como se, em olhos, Eco pedisse uma esmola a Corinto na ignorância de um gato deprimido aderindo à maternidade das sarjetas.


alberto augusto miranda

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