6 de março de 2012

encadenadas las olas a las alas

(foto: carlos silva)

***


Encadenadas las olas a las alas
el mundo echaba espuma por la boca:

fingía el faro ser
principio y fin de aquella historia
donde yo bordeé muchos miedos 
con mi simple apariencia de cangrejo
donde yo desanduve pasos nunca dados
sin perder de vista el horizonte de mi espalda.

Dejar escondida una piedra en el zapato
a veces es excusa para no volver a tropezar con ella
a veces es motivo para que ella vuelva a tropezar contigo.

Pero este poema habla de un faro enquistado en el mordisco de una ola
de luces que dejamos encendidas en la nuca
y de todas esas luces que se apagan en el nunca.


***

Eva Cabo
http://el-arbol-rojo.blogspot.com/
*


Acorrentadas as ondas às asas
o mundo deitava espuma pela boca:


o farol fingia ser princípio e fim daquela história
onde circundei muitos medos
com minha simples aparência de caranguejo
onde desandei passos nunca dados
sem perder de vista o horizonte de minhas costas.


Deixar escondida uma pedra no sapato
às vezes é desculpa para não voltar a tropeçar nela
às vezes é motivo para que ela volte a tropeçar em ti.


Mas este poema fala de um farol enquistado no mordisco de uma onda
de luzes que deixamos acesa na nuca
e de todas as luzes que não se apagam nunca.


*
[trad: cas]

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