11 de abril de 2012

ó magníficas árvores imberbes!

(foto: carlos silva)

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Ó magníficas árvores imberbes!
Plúmbeos silêncios
e abundantes ausências
nas balaustradas de para-lá.

Póstumas reminiscências
exultam na consumação
da curvatura do tempo
em que todos os princípios
são exangues promessas
de recomeços cansados.

Ó magníficas árvores na consonância!
Horizontes que se querem sem fim.
Interminável é a roda dos retornos
e os regressos são apenas
precipitações de perspectiva.


Uma suave  e morna brisa
assinala-me os confins dos dias
em que num instante de pura alegria
um pássaro breve atravessa os céus.

Fernando Martinho Guimarães



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