(foto: carlos silva)
***
Suspensão
só de sonho aparelhado,
de ansia consumida pelos ventos abismais
que sopram nas cordas da vida,
réstias de uma dor calejada nos braços do barco
entrelaçavam a esperança com o medo do largo
com o resto do mundo que havia
agora o silencio leva-o até qualquer ilha deserta
acolher na pele o sol marejado,
na agridoce espera de cada dia incerto
definha a saudade
petrifica o cordame enrolado,
há nós górdios que lhe vedam o horizonte
e o prendem ao presente emaranhado
e o passado que conte tudo o que ainda é verdade
nesta absurda espera dos dias
em que está suspensa a liberdade
*
Luiz da Nóbrega
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