10 de junho de 2012

Suspensão

(foto: carlos silva)

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Suspensão

Quem estiver parado dentro deste cais
só de sonho aparelhado,
de ansia consumida pelos ventos abismais
que sopram nas cordas da vida,

réstias de uma dor calejada nos braços do barco
entrelaçavam a esperança com o medo do largo
com o resto do mundo que havia

agora o silencio leva-o até qualquer ilha deserta
acolher na pele o sol marejado,
na agridoce espera de cada dia incerto
definha a saudade
petrifica o cordame enrolado,
há nós górdios que lhe vedam o horizonte
e o prendem ao presente emaranhado

e o passado que conte tudo o que ainda é verdade
nesta absurda espera dos dias
em que está suspensa a liberdade


*


Luiz da Nóbrega


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